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quarta-feira, 12 de setembro de 2007

O fim do tempo dos sentidos (ou "64 bits de poesia")

Meu corpo se arrepia
Minha mente cruza um mar,
A noite verte-se em dia
Não existe um só lugar
Que descanse o honesto coração...(esforço-me em vão, chego até à exaustão)

Uma fantástica e lenta melodia
Que já cansaram de escutar,
Tomam-na por Monotonia,
Mas isso é o que te fazem pensar,
Membro da infinita corrente de alienação...(dê ao povo animação, precisam de distração)

Filhos todos de uma cria
Destinada a passar
A vida de melancolia,
tendo de se sujeitar
A viver sem ter razão...(maldita situação! irei pra prisão!)

Buda, Jesus, Maria,
Deus, Messias, Jeová,
Tudo a mesma porcaria
Diabo, Demônio, Alá,
Qual a diferença entre bíblia e alcorão? (guerra por religião ou pelo bem da nação?)

A cidade é uma fantasia
Que te ensinaram amar,
Harmônica correria
Que chamamos de lar...
Solitária e fétida aglomeração...(desço na próxima estação, sabe que horas são?)

São Paulo, meio-dia,
Hora de almoçar,
O menino barriga-vazia
Não queria hoje roubar
Mas aprende uma profissão...(ser ladrão garante o pão)

Seu cérebro definha em sua agonia
Não é nada que você vá notar,
Sua dose diária de lobotomia
Vai de internet ou televisão?(confira a programação! apenas nessa edição!)

Uma noite fria,
"Cuidado, vai se resfriar"
É o que minha mãe diria
Se pudesse agora olhar...
Se conselhos trouxessem solução...(vivo na solidão, não dou satisfação)

Os mestres e sua filosofia
Comprometeram a não filosofar,
Posaram para a fotografia,
Deixaram-se uma vez focar
Pelas lentes da falsificação...(idéias foram a leilão, voto sem participação)

Lembremo-nos de cada Sofia,
Cada oferenda posta ao altar,
Como entramos nessa via?
Como faço para voltar?
Qual motivo de tamanha perdição?(entramos na contra-mão, obra da hesitação)

Nosso pouco se extravia,
De repente vazio está!
Do centro à periferia
Nenhuma cena mudar
Onde está minha visão?(pago ouro e vem latão, maldade enganação)

Mergulhados na ideologia
O mercado "fast car"
Parafernalha e tecnologia
No mercado popular
"Onde paga a prestação?"(acabou o meu talão, aceita cartão?)

De prazer sua alma vicia
Se você a libertar
Se não gostam de poesia
Não me farão cantar
Para garantir meu pão!(não existe coação no caminho da retidão)

Um comentário:

Alexandra Deitos disse...

"todos acreditam no que os conforta. religião ou poder, ou qualquer outra coisa que de estímulo para viver.
e a liberdade não passa de uma palavra, aliada ao conforto de viver"

valeu pelo comentário.